quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Atrás do tempo

É (relativamente) comum ouvirmos pessoas, quando falando de outras, se referirem a estas como sendo “a frente de seu tempo”. Pintores, escritores, músicos, políticos, intelectuais, cineastas e bloggers (por que não?) podem ter idéias, teorias, gostos e atos não apropriados para os padrões das sociedades em que vivem, e neste caso, recebem este título que, na minha opinião, é um grande elogio.

ENTRETANTO, algumas pessoas – dentre as quais eu me incluo – parecem ser exatamente o oposto, isto é, atrás de seu próprio tempo. Para ser mais exato, neste momento enquanto escrevo para vocês, estou ouvindo Bee Gees (pois é!), apenas uma das, digamos, antguidades que gosto. Vocês não fazem idéia de como ouço músicas antigas, popularmente conhecidas como “músicas de velho”. Grandes clássicos, músicas não tão conhecidas, anos 50, 60, 70, 80... Se me agrada, eu ouço.

Algumas vezes chego a pensar se nasci na época certa, se realmente tenho a idade que tenho, ou se sou mais velho. Ainda não sei a resposta. Mas o fato é que sou uma pessoa atrás do meu tempo!

O mais complicado é que para uma pessoa atrás do tempo, eu sou a frente do meu tempo. Calma, eu explico. Considerando-me vivendo em outra época – mais antiga – eu sou uma pessoa a frente do tempo. Isto é, para meus contemporâneos (século XVIII, XIX ou início do XX) tenho idéias muito avançadas, no entanto, para as mentes do XXI, estas idéias são absolutamente normais (sem noção, mas normais), totalmente “dentro do tempo”.

Entenderam meu dilema? Meu paradoxo? Por isso não me localizo na linha do tempo, já que para um jovem do século XIX sou revolucionário, e para um do século XXI sou um museu.

Oh vida!

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