quinta-feira, 29 de abril de 2010

Perdido

Olho para trás e vejo o quanto andei. Encho o peito, orgulhoso daquilo que acho que sou, aquele que penso ser eu. Tantas lembranças desta estrada estão gravadas na memória, as curvas, as tempestades, os momentos que troquei de direção, tudo registrado na mente e nos pés calejados.

Olho em volta e vejo o mesmo que vi no início da jornada, e que repetidamente vi ao longo dela. Tudo igual, como se o suor que escorre pela minha testa, a dor que sobe por minhas pernas, e o ar que invade brutalmente meus pulmões fossem apenas fruto de uma cansativa imaginação. Nada real.

Então o desespero me proíbe de continuar. O coração dispara, milhões de pensamentos vem e vão como relâmpagos. O que aconteceu comigo? Tudo deveria estar tão diferente, afinal, já se passaram milhares de quilômetros, dezenas de folhas do calendário. Mas não, tudo igual. Se andei, só pode ter sido em círculos.

Qual parte da minha realidade é, de fato, real e qual parte foi inventada pelas circunstâncias? O que sou eu, um alguém de verdade ou apenas mais um devaneio meu?

Sem saber o que fazer, continuo andando até que, mais uma vez, perceba que esta estrada não leva a lugar algum. Neste dia sentarei sobre as pedras, chorarei, e depois, continuarei a andar.


quinta-feira, 22 de abril de 2010

Quem tem medo da música clássica

O título deste post não é meu. Era o nome de um antigo programa apresentado na TV Senado pelo senador Arthur da Távola, onde eram apresentados vídeos de músicas clássicas. De Bach a Villalobos, da Filarmônica de Berlim a quartetos de cordas, ali via-se a mais pura e bela música por muitas chamada de erudita.
O título é excelente (tanto é que plagiei-o-o).
A música clássica, sofre um certo preconceito, onde acabam sendo criados rótulos de elitista, intelectual, e blá blá blá. Não é nada disso!
Acho que precisamos aprender a apreciar a beleza destas obras. Para isso aí vai um vídeo.

Neste vídeo temos Janine Jansen, uma violinista holandesa tocando "Melodia" do compositor alemão (esses alemães!) Glück, da ópera Orfeo e Eurídice. Divirtam-se crianças!

sábado, 10 de abril de 2010

Mais um pouco de explicações

O título da postagem anterior "Eu quero simplesmente te dar um presente" é um péssimo e óbvio trocadilho, isso todos entenderam, mas é também o primeiro verso de uma música chamada presente de um cantor/compositor/professor universitário (da USP) não muito conhecido chamado José Miguel Wisnik.

Essa música foi gravado por Zélia Duncan no seu DVD "Eu me transformo em outras" em um pequeno medley com a música o habitat da felicidade. Aí vai o vídeo.

Eu quero simplesmente te dar um presente

"Quando o dia não passar de um retrato,
Colorindo de saudade o meu quarto
Só aí vou ter certeza de fato
Que eu fui feliz"

(Leoni)

Quantas vezes nos pegamos dizendo "eu era feliz e não sabia!" ou então "bons tempos!" nos referindo ao passado? Eu mesmo utilizo destas frases com muita frequência. Quantas vezes ouvimos músicas que nos fazem lembrar do passado, seja ele próximo ou distante?

Você pode não se considerar a pessoa mais feliz do mundo neste exato momento, pode não enxergar nada especial em sua vida (talvez porque realmente não tenha), ou pode até achar que tudo está péssimo, mas provavelmente daqui a algum tempo (pode até ser menos que você imagina) se pegará lembrando do que passou.

Talvez isso aconteça porque não nos lembramos da real situação do passado, e o idealizamos, assim como fazemos com o futuro, ou então porque percebemos que realmente foi muito bom e não percebemos. Não importa! O fato é que o presente sempre (ou na maioria das vezes) é mal visto. Sempre lembramos do passado com saudade e olhamos para o futuro com esperança, mas do presente... O que vemos no presente?

Não quero aqui dizer as máximas que todos estão cansados de ouvir como "viva o presente, cada dia como se fosse o último" porque, convenhamos, isso é praticamente impossível. Só quero pedir a vocês que tratem melhor o presente, por que é tudo o que temos.

Minha mensagem é mais pessimista que a famosa frase (tatuagem comum) Carpe diem. Se aproxima mais de Memento Mori - Lembra-te da morte! Nunca se está no fundo do poço, sempre pode piorar.

Um feliz presente pra vocês!

Até a próxima.

sábado, 3 de abril de 2010

Imagine - Glee

Pessoal... tenho este vídeo do elenco de Glee cantando Imagine com jovens surdos com qualidade um pouco melhor, recebi por email, se alguém quiser... Isto fica feliz em ser útil!

Max

Partir pro plano B e fazê-lo dar certo!

Olá a todos...
Feriado, coisa boa, mas o que fazer em uma cidade sem muitas opções?? Bom resolvi assistir um filme. O Escolhido foi Mr Holland - adorável professor (Mr Holland opus), de 1995. Duas coisas me atraíram neste filme: o fato de falar de professor e de música! Uma olhada na capa e no título e este já estava na minha sacola de volta pra casa.
Bom, o filme é excelente (assistam)! É uma história rica, várias histórias dentro de uma maior (a de MR Holland), mas o que quero falar é outra coisa...
A vida é feita de escolhas, todos sabemos disso, mas a maioria não compreende de fato o que isto significa. Significa que você é o único responsável por sua vida dar certo ou não (isto dá assunto para inúmeros outros posts). Mas o que isto tem a ver com o filme?
Mr Holland, como todos os seres humanos, teve que fazer escolhas na vida, estas podem ser aparentemente pequenas, mas são extremamente significativas. Resumidamente: Formar uma família requer dinheiro, então o Sr Glen Holland é "obrigado" a dar aula de música em uma escola, quando na verdade o que queria era compor suas músicas. Esta aí sua escolha! (uma das).
A mensagem que o filme trouxe, para mim, foi a seguinte: Esta pode não ter sido a melhor escolha, se ele tivesse seguido a carreira de compositor, ou de músico de estúdio, ou qualquer outra coisa, sua vida teria sido seu sonho, mas não, foi diferente. Foi melhor! Aquele que não gostava de lecionar, passou 30 anos na escola, e isto se tornou sua vida. Como foi dito no próprio filme, cada aluno que teve sua vida mudada por esse professor, cada aluno seu, foi uma nota de sua sinfonia, e no fim das contas ele compôs o tema da sua própria vida. E que belo tema!
Então, meus queridos, perdoem-me o tom de auto-ajuda, mas é isso que tenho pra falar hoje: Escolham sabiamente, e façam com que cada escolha se torne a melhor. Assumam a batuta de suas vidas e toquem, componham suas sinfonias! Porque eu estou compondo a minha.

PS: Como eu disse a história do filme é riquíssima (vale a pena assistir), o filho de Mr Holland nasceu surdo, e um dos momentos mais emocionantes do filme é o pai cantando e regendo especialmente para o filho. Não é esta cena que vou deixar aqui, mas uma da série (logo, americana) Glee (don't stop believing...). E uma frase de Arthur da Távola, falecido senador brasileiro amante de música clássica: "Música é vida interior, e quem tem vida interior jamais padecerá de solidão."

Até a próxima!