domingo, 27 de março de 2011

Entre idas e voltas (é que se faz o caminho)

Quando se está há tanto tempo sendo levado pelas estradas, sendo soprado pela rosa dos ventos, perder-se não é algo inimaginável, pelo contrário, é esperado como qualquer outra certeza. E assim tem sido os últimos anos: sem bússolas ou mapas, com o norte sendo decidido a cada momento de acordo com a direção em que as folhas das árvores - mãos e dedos da brisa - tem me mostrado.
Por anos - todos os que vivi - venho andando, seguindo trilhas, construindo novos caminhos, sempre esperando encontrar algo no fim da jornada. A verdade é que nunca me importou o que estaria lá me esperando, apenas a idéia de que haveria algo sempre foi suficiente. Até agora.
Agora que estou aqui, não no fim, mas em mais uma destas paradas que a gente faz pelo caminho, vejo olhando nos seus olhos que não só não existe nada me esperando, como também não existe o fim.
Muitos que estavam à beira da estrada, e que acenaram para mim, disseram "está procurando se encontrar", mas agora que encontrei a resposta certa, na próxima vez em que trocarmos cumprimentos e acenos direi "estou procurando me perder".
E assim despeço-me pois tenho que continuar a me perder. Mas tenha calma. Assim como cheguei aqui hoje, chegarei também outras vezes porque toda ida é sempre uma volta. E eu voltarei.

______FIM_______

EU VOLTEIIIIII POVO!!!!

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